No Hikarimar News do mês de julho, destacamos uma das figuras mais icónicas da moda: Anna Wintour.
Muito mais do que o seu inconfundível corte de cabelo e os inseparáveis óculos escuros, Anna Wintour é símbolo de uma visão única e marcante do mundo da moda.
Nascida em Londres, teve desde cedo contacto com o jornalismo, influenciada pela profissão do pai e pelas inúmeras edições da revista Seventeen que o avô lhe trazia dos Estados Unidos. Estas experiências ajudaram a moldar o seu gosto pela moda, o que fazia com que o seu estilo arrojado fosse já notado pelos seus colegas de escola.
Com apenas 15 anos, começou a trabalhar numa boutique. Seis anos depois, foi contratada como assistente editorial na antiga revista Harper’s & Queen. O seu percurso prosseguiu com passagens por várias publicações, como a Harper’s Bazaar, Viva, Sawy e New York Magazine.
Em 1983, entrou para a equipa da Vogue americana e, dois anos depois, tornou-se editor-in-chief da Vogue britânica. Sempre revelou ter uma personalidade fria e exigente, chegando a ser apelidada pelos seus colegas de “Nuclear Wintour”, mas a verdade é que a sua liderança transformou a revista Vogue numa das mais importantes e influentes do mundo.
Cinco anos após ter ingressado na Vogue América, Anna Wintour substituiu Grace Mirabella e assumiu o cargo de editor-in-chief. A decisão foi motivada pela chegada da edição americana da revista francesa Elle, que gerou receios na Condé Nast quanto a uma possível quebra nas vendas. Acreditava-se que Wintour seria a pessoa ideal para reforçar a posição da Vogue no mercado e contrariar essa ameaça.
E a verdade é que tinham razão. Após assumir o cargo, a edição de novembro de 1988 da Vogue América foi uma das mais icónicas da história. Na capa, a modelo Michaela Bercu surgia com uma peça de alta-costura de Christian Lacroix combinada com uns jeans Guess, sendo a primeira vez que umas calças de ganga apareceriam na capa de uma revista de moda.
Em 1995, Anna Wintour assumiu o cargo de presidente do Met Gala, transformando-o não apenas num evento de angariação de fundos para o The Metropolitan Museum of Art — onde se realiza —, mas também no maior acontecimento do mundo da moda, reunindo celebridades de diversas áreas. Mais uma vez, como prova da sua liderança, o evento bateu sucessivos recordes de angariação de fundos.
Em 2017, Anna Wintour foi condecorada pela própria Rainha Isabel II, que reconheceu o seu grande contributo para a moda e o jornalismo.
Este ano, o mundo da moda recebeu a notícia de que Anna Wintour deixaria a direção da Vogue americana, no entanto, o seu poder aumentou ainda mais ao assumir a responsabilidade editorial de todas as publicações da Condé Nast, que incluem as oito edições internacionais da Vogue, além da Vanity Fair, GQ e Wired.
Uma coisa é certa: é impossível negar a genialidade e a influência que Anna Wintour tem neste mundo tão fascinante que é a moda.

