Hoje em dia, são cada vez mais os designers que se unem a marcas fast fashion, tais como Zara, Mango e H&M, e lançam coleções-cápsula. Mas por que razão o fazem?
Recuemos até 2004, quando Karl Lagerfeld quebrou a barreira entre o luxo e a fast fashion, criando uma coleção em parceria com a H&M, deixando todos perplexos. Teria sido fácil ter dito “não”, mas Lagerfeld aceitou o desafio e abriu portas para o co-branding. A partir desse momento, muitas outras marcas de luxo se aliaram à cadeia sueca, tais como Rabanne, Balmain, Mugler, Moschino, entre muitas outras.
Também a Zara e a Mango seguiram os passos da H&M. Em abril, a Mango lançou uma coleção-cápsula com Victoria Beckham e, no mês passado, a Zara criou uma coleção em parceria com Stefano Pilati, um designer italiano, que durante alguns anos foi diretor criativo da Yves Saint Laurent.
Estas colaborações trazem grandes vantagens para ambas as marcas. É uma boa oportunidade para as marcas de luxo alcançarem um maior e mais diversificado público-alvo e, por outro lado, permite que as marcas fast fashion (tentem) mostrar uma faceta mais premium. Mas, as vantagens não se focam apenas nas marcas, também os consumidores beneficiam com estas parcerias, uma vez que têm a oportunidade de ter a experiência de adquirir uma peça de um designer a um preço mais acessível.
Contudo, nem tudo é um mar de rosas. Esta aliança entre o luxo e a fast fashion pode ser arriscada para os estilistas. O aumento abrupto deste tipo de parcerias pode significar a perda de autenticidade e exclusividade, uma vez que, ao aliarem-se a marcas fast fashion, a produção é quase sempre feita em massa, comprometendo a qualidade das peças.